Vereador tucano propõe criação de secretaria de defesa dos animais

Publicado em 08/12/2012, às 19h25

Última atualização em 08/12/2012, às 19h25
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Rechuan: ‘A prefeitura ainda não dispõe de repasse da secretaria de Saúde para isso’
Resende

Durante sessão ordinária da Câmara de Resende, o vereador Carlos Santa Rita (PSDB) apresentou uma proposta para ser encaminhada ao Executivo. A ideia é criar uma secretaria para cuidar de políticas destinadas à saúde, proteção, defesa e bem estar animal em Resende.

Segundo o vereador, a ideia de ser criar esta secretaria, na verdade, partiu de pessoas que se preocupam com os animais e assim encaminharam junto ao gabinete do vereador uma relação com 1.367 assinaturas. A intenção ainda é obter até 20 mil assinaturas em toda a cidade.

Com base nas informações do Centro de Controle de Zoonose de Resende (CCZ), hoje existem cerca de sete mil animais vivendo nas ruas da cidade de Resende. Preocupado com a realidade, o vereador resolveu apresentar a proposta da criação da secretaria durante a sessão realizada no final de novembro. A iniciativa foi aprovada por unanimidade pelos demais vereadores e encaminhada para a prefeitura.
- No debate que se seguiu na câmara com os vereadores, a preocupação de todos foi em defesa da saúde pública em razão da quantidade de animais nas ruas e o risco de transmissão de doenças. Mas achamos que a prefeitura não tem condições financeiras para criar uma nova secretaria nos moldes da que propomos. Assim, sugerimos outras formas de lidar com as políticas públicas em defesa dos animais - comentou Santa Rita.

Prefeito Rechuan diz que é inviável criação de uma nova secretaria

Apesar de achar interessante a proposta do vereador Santa Rita e não ter dúvidas da necessidade, o prefeito reeleito José Rechuan (PP) informou que, no momento, o município não teria condições de criar uma nova secretaria, principalmente em razão dos recursos. A prefeitura ainda não dispõe de repasse da secretaria de Saúde para isso, de qualquer forma é um tema que está sendo bem estudado pela prefeitura. Ainda segundo ele, seria mais viável a criação de uma superintendência ou departamento, por exemplo.
- Apesar disso, a atenção que a prefeitura, por meio do seu centro de zoonose, está dando aos animais tem sido bem intensa. Hoje já temos cinco veterinários concursados atuando, e antes do meu governo não tínhamos nenhum concursado. Com isso estamos fazendo um melhoramento em curto e longo prazo para que a estrutura e os resultados comecem a aparecer com o tempo - explicou.

Sem tirar a importância da nova proposta, Rechuan lembrou sobre a realização do controle de castração e chipagem dos animais, que antes não aconteciam.
- Também tenho observado por meio de nossa ouvidoria que as reclamações com relação a outros tipos de animais como cavalos, gado e roedores tem diminuído, o que demonstra um bom resultado do trabalho desenvolvido pelo CCZ - frisou.

Ideias para o futuro

Segundo Santa Rita, a defesa dos direitos animais já é destaque em diversas cidades do Brasil. Existem algumas sugestões como a criação de feiras de adoção de animais e a do castramóvel, que seria um ônibus adaptado para percorrer os bairros periféricos da cidade com maior concentração de animais de rua e realizar a castração.

Ele ainda frisou que o modelo mais adequado para a política de promoção e defesa dos animais é o da Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) de Porto Alegre (RS). Dentro os projetos desenvolvidos, estão o controle reprodutivo de animais e educação para guarda responsável e saúde ambiental. Além do programa de castração móvel, há consultórios volantes em complemento aos centros de esterilização gratuita de cães e gatos, e que leva o serviço a toda cidade.
- Acredito que isso é uma tendência no Brasil, pois se não cuidarmos de nossos animais o risco de transmissão de doenças junto à população é maior - declarou.

Para o coordenador do canil do CCZ de Resende, o veterinário Paulo Nobre, a proposta do vereador é muito boa, mas como o trabalho do CCZ esta sendo bem estruturado, só seria viável no futuro e em forma de uma superintendência mesmo.
- Atualmente estamos realizando em torno de 250 cirurgias gratuitas de castração por mês, em que os animais já saem microchipados para serem identificados depois de soltos nos locais em que foram recolhidos. Com relação à Leishmaniose, já foi descartado qualquer possibilidade de se alastrar. Mas por precaução testamos em torno de 200 animais que viviam próximo ao local do cão infectado - defendeu.



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