domingo, 16 de dezembro de 2012

Angra tenta diminuir problemas de falta d´água


Publicado em 15/12/2012, às 17h17

Última atualização em 15/12/2012, às 17h17
Felipe de Souza

No verão: Moradores ainda podem sofrer com a falta d’água
Wagner Rodriguez

wagner.rodriguez@diariodovale.com.br

Angra dos Reis

A cidade de Angra dos Reis vive constantes problemas com a falta d'água - durante todo o ano. Com a iminente chegada do verão, esta dor de cabeça pode aumentar. Apesar disso, a prefeitura, por meio do Saae e do Cedae já está desenvolvendo novos projetos para evitar os problemas.

Nesta época, além de o consumo de água aumentar em razão das altas temperaturas, a cidade da Costa Verde recebe um grande número de turistas que permanecem na região para as festas de final de ano, assim como durante as férias.

Só neste ano, mesmo em baixa temporada, os moradores já sofreram por diversas vezes com a falta deste recurso essencial para a vida de todos. E até fevereiro, se comparar o atual número de habitantes, com os que irão habitar a cidade até o final de verão, Angra terá a sua população triplicada.

Turistas e pessoas que possuem casas de veraneio, procuram a cidade dos Reis Magos, para descansar e desfrutar das belezas do paraíso e assim, contribuem para aumentar o consumo de produtos e recursos.

Transtornos durante todo o ano

O período mais crítico vivido pelos angrenses ocorreu no mês de agosto, devido à estiagem e a falta de investimento no setor. Segundo dados da prefeitura, um dos maiores reservatórios da cidade - localizado na Banqueta - operou em níveis muito baixos e em alguns pontos o rio chegou a secar.

A barragem da Banqueta é o principal sistema de abastecimento das regiões do Centro da cidade e da Japuíba. Ele é operado de forma mista, através da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto do Rio) e do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto). Devido a este problema, o Saae de Angra elaborou um projeto que interligará os microssistemas existentes.

- O Saae quer integrar, através de um projeto já em desenvolvimento, os cerca de 50 microssistemas hoje existentes a duas unidades de produção, as bacias do Rio Mambucaba e do Rio Bracuí, únicas com capacidade de exportação de água para as demais regiões. Com isso, solucionaríamos a questão do abastecimento de água em Angra, em toda sua parte continental - explicou Carlos Marcatti.

No Rio Mambucaba será feita uma tomada d'água com capacidade de produção de 250 litros por segundo, que abastecerá do Parque Mambucaba até Itaorna; já no Rio Bracuí, a tomada será de 900 litros por segundo, na intenção de fornecer água no trecho que vai do Frade até Garatucaia, passando pelo Centro.

Com isso, a produção de água vai alcançar um crescimento de até 195% em relação à população atual. Este atendimento está previsto para mais de 40 anos, podendo ainda ser estendido, já que o projeto prevê uma captação aquém daquela que é permitida pela legislação - 50% da vazão mínima do rio por um período de dez anos, durante sete dias recorrentes.

- A elaboração do projeto custa ao município cerca de R$ 3 milhões. A execução do mesmo, prevista para janeiro de 2013, deve exigir um valor de R$ 300 milhões a ser investido, tomando por base o custo da elaboração e os elementos técnicos necessários à busca de recursos pelo município - afirmou o presidente do Saae, Carlos Marcatti.

Em um prazo maior, o Saae também prevê outras soluções para o problema no município.

Segundo Marcatti, eles estão efetuando um projeto para centralizar o abastecimento em dois pontos, Mambucaba e Bracuí. No primeiro, irão abastecer até a região de Itaorna e no segundo, desde o Frade até os limites do município, em Garatucaia e Cantagalo.

- Isso está custando ao município cerca de R$3 milhões, só pela execução. Pretendemos deixar o projeto pronto, para que o próximo governo consiga buscar recursos para a implementação. Inclusive, tivemos uma situação parecida com essa em 2007, que foi até um pouco mais grave. De lá para cá, o consumo já aumentou muito. Por conta disso, estamos trabalhando num sistema definitivo para abastecer a cidade - completou Marcatti.



Consumo consciente de água

Apesar de todos os esforços realizados pelo poder público, os moradores e turistas devem tomar cuidados e utilizar a água de forma consciente:

- Ao escovar os dentes e se barbear, manter a torneira fechada;

- Fechar a torneira enquanto ensaboar as louças e talheres;

- Usar a máquina de lavar roupas na capacidade máxima;

- Na hora do banho, procurar se ensaboar com o chuveiro desligado e procurar tomar banho rápido;

- Não jogar óleo de fritura pelo ralo da pia. Além de correr o risco de entupir o encanamento da residência, esta prática polui os rios e dificulta o tratamento da água;

- Não deixar que ocorram vazamentos em encanamentos dentro da residência;

- Entrar em contato com a companhia de água ao verificar vazamentos de água na rede externa;

- Usar a descarga no vaso sanitário apenas o necessário. Manter a válvula sempre regulada;

- Reutilizar a água sempre que possível;

- Utilizar regador no lugar de mangueira para regar as plantas;

- Usar vassoura para varrer o chão e não a água da mangueira;

- Lavar o carro com balde ao invés de mangueira;

- Captar a água da chuva com baldes. Esta água pode ser usada para lavar carros, quintais e regar plantas;

- Tratar a água de piscinas para não precisar trocar com frequência. Outra dica é cobrir a piscina com lona, enquanto não ocorre o uso, para evitar a evaporação;

- Colocar sistemas de controle de fluxo de água (aeradores) no bico das torneiras.



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