Mortandade de peixes no Rio Paraíba do Sul é investigada

Publicado em 10/12/2012, às 11h59

Última atualização em 10/12/2012, às 18h44
Natacha Prado
natacha.prado@diariodovale.com.br

Resende

Uma grande quantidade de peixes apareceu morta no Rio Paraíba do Sul, em Resende, por volta das 6h de hoje (10). O cardume de mandis veio da represa do Funil, pertencente à usina de Furnas, localizada em Itatiaia e foi visto pela população a partir do Acesso Oeste. Uma equipe da Secretaria de Meio Ambiente, acompanhada pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente), foi até o local verificar o caso.

Segundo o presidente da Amar (Agência do Meio Ambiente do Município de Resende), Paulo José Fontanezzi, a mortandade dos peixes não causou contaminação da água do Paraíba do Sul, já que não foi derivada de contato direto com produtos químicos. Uma das possíveis causas para a morte dos animais é a baixa quantidade de água e as temperaturas elevadas, que podem resultar na proliferação de algas e redução do oxigênio.

- Furnas recebe uma quantidade de esgoto derivado de São Paulo equivalente a um Estádio do Maracanã diariamente, gerando o aumento da taxa orgânica - explicou.

As causas do incidente estão sendo investigadas.

- Temos que aguardar a avaliação da área técnica. Não sabemos se é uma turbina que sugou o cardume de peixes, em sua maioria mandis, ou se no vertedouro ficou armazenado uma grande quantidade de peixes, que em função da alta temperatura e da presença de algas cianofíceas provocou a morte do cardume - disse.

O reservatório de Furnas conta com um índice orgânico muito elevado na sua água, fato que contribui para a diminuição do oxigênio.

- As algas cianofíceas se proliferam com mais facilidade em ambientes favoráveis como esse, e liberam toxinas na água. Isso não é um acidente ambiental, mas sabemos que uma grande quantidade de peixes morreu - explicou.

O presidente relatou que o Inea ainda está investigando a verdadeira causa da morte do cardume de mandis.
- Não sabemos realmente se as causadoras da mortandade do cardume foram às cianofíceas, mas se os peixes tivessem passado pela turbina não seriam encontrados inteiros no rio - concluiu.

Abastecimento de água

O abastecimento de água em Resende manteve-se dentro da normalidade durante o dia de ontem. Segundo a empresa Águas das Agulhas Negras, concessionária responsável pelo serviço, uma equipe está fazendo análises da água coletada no Paraíba do Sul, mas a boa taxa de potabilidade (análise da possibilidade de consumo da água) não justifica a interrupção. Já em Barra Mansa, o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Barra Mansa) informou que em seu ponto de coleta de água - onde são realizadas análises periodicamente a cada hora - não foi constatada a presença de contaminantes ou poluentes. Por conta disso a distribuição de água no município continua normal.

A autarquia ainda aguarda a investigação do Inea, que afirmará se houve de fato lançamento de contaminantes nas águas do Rio Paraíba do Sul. Já em Volta Redonda, o Saae  fez contato com o diretor regional do Inea, Miguel Arcanjo, que afirmou que a situação é tranquila. Mesmo assim, a autarquia intensificou a análise da água captada, coletando-a várias  vezes na área de captação. O Saae concluiu que a água que está sendo distribuída à população está livre de qualquer substância que possa torná-la não potável.

Posicionamento de Furnas

Em nota, a Furnas Centrais Elétricas S.A. - empresa responsável pela represa - não confirmou ainda a informação sobre a causa da contaminação. Porém, afirmou que está investigando as causas do incidente e que aguarda avaliação da área técnica.



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