terça-feira, 2 de abril de 2013
Eletronuclear é multada por morte de animais
Publicado em 01/04/2013, às 20h12
Recorre: Eletronuclear vai se defender contra multas, ao mesmo tempo em que toma providências para evitar que mortes de tartarugas se repitam
Angra dos Reis
A Eletrobras Eletronuclear divulgou nota esclarecendo a captura incidental, que causou à morte e ferimento de tartarugas marinhas da espécie Chelonia Mydas, durante o processo de refrigeração da usina Angra 2, em Angra dos Reis. A empresa foi multada em R$ 293 mil pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) e já toma providências para evitar mais incidentes envolvendo a fauna e a flora na região situada no entorno de suas instalações.
Em nota, a empresa diz que o problema não aconteceu por dolo, negligência, imperícia ou imprudência na operação. Por isso, ela apresentará recursos contra os autos de infração do Ibama.
E para solucionar o problema, dentro dos prazos estabelecidos pelo Ibama, a Eletronuclear já estuda maneiras de garantir a proteção das tartarugas. Segundo Leonam dos Santos Guimarães, assistente da presidência da Eletronuclear, até o dia 14 de abril, a empresa bloqueará o acesso de tartarugas à entrada do canal de água para as usinas com uma tela submersa presa ao fundo do mar. O prazo dado pelo Ibama foi até o dia 15 deste mês.
Leonam também informou que a previsão é de que até junho, seja instalada grades em frente à tomada de água de Angra 2, para assim garantir a proteção total dos animais.
Ele explicou que a captura incidental começou a ser observada em junho de 2010, e que nenhuma modificação na usina foi feita neste período, o que pode apontar como uma causa externa à central nuclear.
- O que nós observamos é que houve um aumento significativo da população de tartarugas marinhas na área localizada no Saco da Piraquara, onde, provavelmente, elas encontram condições mais favoráveis. Isto pode ter contribuído para a ocorrência das capturas incidentais - afirmou.
Na nota divulgada pela Eletronuclear, a estatal ressalta que previamente à ocorrência das capturas incidentais, o Ibama já havia incluído o monitoramento das tartarugas marinhas na área de influência da central nuclear como uma das condicionantes da licença ambiental de Angra 3. Para atendê-la, a empresa contratou o Laboratório de Genética Marinha da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que já está realizando esse trabalho, até mesmo para entender o que tem causado o fenômeno que vem atraindo os animais para o entorno da usina.
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