Publicado em 26/10/2013, às 18h24 | |||||
Última atualização em 26/10/2013, às 18h24 | |||||
Júlio Amaral jamaral@diariodovale.com.br Volta Redonda e Barra Mansa Mesmo com um programa de coleta seletiva, Barra Mansa e Volta Redonda ainda sofrem com o descarte irregular do lixo. Segundo cooperativas de reciclagem das duas cidades, ainda é comum as pessoas misturarem junto ao material reciclável, resíduos não recicláveis e até orgânicos - como restos de comida -, o que pode causar a contaminação e a perda de até 30% do material recolhido. - Muitas pessoas ainda mandam material reciclado com alguns produtos como: material orgânico ou lixo orgânico. É comum recebermos dentro do saco de material reciclado, restos de comida, papel higiênico, seringa descartável, roupa velha, pano, sapato e até fezes de animais que geralmente vêm dentro do saco de rações - disse Euvaldo Luiz Santana, presidente de uma cooperativa de catadores de Volta Redonda. Ainda de acordo com Euvaldo, além de ser um risco para a saúde dos trabalhadores, o descarte inadequado dificulta o processo de triagem e separação do lixo. - Este material de lixo orgânico atrasa a reciclagem durante a realização da triagem, e durante a passagem do material pela esteira, criam mau cheiro, já que alguns materiais se encontram em estado de decomposição - contou. Ele explica que para evitar contaminação e acidentes, os funcionários precisam utilizar luvas e botas para manusear os resíduos, e ressaltou que até vacinas com doses de vacinas antitetânicas e hepatite B são disponibilizadas aos trabalhadores. Para esclarecer e informar a população sobre a importância da separação dos materiais recicláveis, Euvaldo lembrou que um panfleto é distribuído. - Acredito que a população tem que se conscientizar mais sobre quais os materiais devem ser reciclados antes de serem levados para a coleta - opinou. Nove toneladas vão para o lixo comum Já em Barra Mansa, segundo o engenheiro Sérgio Antônio da Silva, responsável pelo programa de coleta seletiva no município, mesmo após campanhas conscientizando a população sobre a importância da separação do lixo, ainda é possível encontrar alguns objetos juntos dos recicláveis. São pacotes de biscoito, madeira, borrachas, roupas velhas, calçados, restos de comida e até fezes. - De certa forma este tipo de material ao se misturar com a reciclagem atrapalha o trabalho de triagem feito nas cooperativas de catadores, que em Barra Mansa é realizado pela Coopcat (Cooperativa Mista dos Catadores de Materiais Recicláveis de Barra Mansa). Contaminam alguns materiais como papel, papelão, e, no caso das fezes, e papel higiênico, acabam contaminando todo o material que veio junto durante a triagem. Outro prejuízo é que como a triagem é feita de forma manual, pode trazer doenças aos funcionários - destacou. Sérgio disse que em torno de 10% a 15% do material recebido para coleta é rejeito, ou seja, resíduos que ainda não há uma tecnologia ou viabilidade econômica para o seu reaproveitamento ou reciclagem. - Atualmente a cooperativa recebe em torno de 90 toneladas de lixo através da coleta seletiva, onde nove toneladas, é rejeito voltando para a CTR (Centro de Tratamento de Resíduos) como lixo comum. Creio que ainda é preciso melhorar a participação da população, pois hoje apesar de recolhermos lixo reciclado em 28 bairros de Barra Mansa, ainda tem bairros onde os caminhões de coleta não voltam cheios, pois os moradores preferem descartar o material reciclado junto ao lixo comum - afirmou. Com o objetivo de alertar e ao mesmo tempo orientar a população, a prefeitura de Barra Mansa tem desenvolvido um trabalho de educação ambiental que consiste em visitas domiciliares em bairros onde a coleta seletiva já atua. Distribuição de folhetos e imãs de geladeiras informando os dias de coleta e o que deve ser reciclado também são entregue aos moradores. Como separar o lixo corretamente Muitas pessoas ainda têm dúvidas na hora de colocar os materiais nas lixeiras de coleta seletiva. O analista ambiental do Inea (Instituto estadual do ambiente), José Mauro Lima, ensina como separar cada material e destiná-los corretamente. Segundo ele, o material orgânico ou resido úmido como restos de comida, guardanapos sujos, papeis engordurados, algodão, fraldas descartáveis e absorventes devem ser descartável no lixo comum. Já latas, copos descartáveis, papel de bombom, papel de chicletes, embalagens tetra Pack (comuns em caixas de leite e sucos), garrafas pet e sacolas plásticas rasgadas podem ser recicladas e, por isto, devem ser jogadas em recipientes especiais, onde é aconselhável retirar o excesso antes de descartá-lo para a reciclagem. No caso do vidro, como as garrafas pet, José Mauro chama a atenção para embalá-los primeiramente em caixas de papelão e depois colocá-los em um local exclusivo para vidros, evitando com isso acidentes com os coletores. O especialista ensina também que no caso de vasilhas de alumínio, latas, tampinhas de iogurte e de garrafas, separá-los em outro recipiente exclusivo para alumínio. |
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